Letalidade de jovens negros
Desafios da
responsabilidade
estatal pela letalidade
de jovens negros
Contextos sociais e
narrativas legais no
brasil (1992-2020)
Mesmo em casos famosos de
letalidade policial contra
negros, justiça brasileira
evita responsabilizar agentes
e instituições
A pesquisa analisou, ao longo das
últimas três décadas, oito
casos de violência letal de
autoria de agentes de segurança
contra pessoas negras. São eles:
Carandiru massacre 1992
Chacina do Borel 2003
Favela Naval 1997
Caso Amarildo 2013
Chacina do Cabula 2015
Paraisópolis massacre 2019
Case Luana Barbosa dos Reis 2016
E caso João Alberto Freitas 2020
Condenações anuladas em segunda instância,
penas reduzidas, inquéritos arquivados,
causas dos assassinatos atribuídas às
próprias vítimas, absolvições sumárias,
versões dos policiais tomadas como verdade
processual, testemunhas de acusação
ignoradas e medidas de reparação a familiares
de vítimas tratadas com descaso.
Foram oito casos entre 1992 e 2020, com 140 mortes no total. Agentes de segurança foram responsabilizados pelos crimes de apenas dois dos casos, com nove condenações confirmadas.
Atualmente, um dos cálculos que permite enxergar o impacto proporcional da violência nos diferentes grupos raciais, é o das taxas de homicídio por 100 mil habitantes. Estas revelam que, pelo menos desde 2007, os negros sofrem, no mínimo, o dobro de homicídios em comparação com os não-negros a cada ano, não importando as quantidades percentuais daqueles que se declaram negros ou brancos no país.
Fonte: Atlas da Violência. Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Ipea, 2022.