Chacina do Borel
16.4.2003 Rj/br
Para navegar use o scroll
ou as setas do teclado

Chacina do Borel
Estudo aborda estratégias de visibilidade no âmbito da ação coletiva em contextos de criminalização de movimentos sociais e impactos da ação coletiva na atuação de operadores do direito

Vítimas fatais
Carlos Alberto da Silva Ferreira / Carlos Magno de Oliveira Nascimento / Everson Gonçalves Silote / Thiago da Costa Correia da Silva

introdução
No dia 17 de abril de 2003, uma operação no Morro do Borel, Rio de Janeiro resultou na morte de quatro homens jovens negros.
A operação contou com dezesseis agentes do 6º Batalhão da Polícia Militar, dos quais cinco foram indiciados por homicídio qualificado. Houve intensa mobilização local, familiares de vítimas e coletivos de favelas criaram o Movimento “Posso me Identificar?”, cujo desdobramento originou a Rede de Comunidades e Movimentos contra Violência, em atuação desde 2004. Entre adiamentos diversos de audiências de instrução e julgamento, absolvições do júri popular, e anulações de algumas condenações, o caso foi arquivado em definitivo no ano de 2019 com todos os réus absolvidos.

A justiça não é para nós, essa justiça não é pro pobre favelado. Por que é que o Estado não protege a favela? Porque o Estado quer esconder os corpos negros. O Estado é o maior violador de direitos: o policial atira mas quem mata é o Estado. O Estado não protege a favela porque nós somos considerados inimigos do Estado.
”Dalva Correa, mãe da vítima fatal Thiago Correa

RELATO DOS FAMILIARES
A indignação ativou a memória de moradoras e moradores do Borel, favela com histórico de luta coletiva reconhecido entre as tantas favelas cariocas. Familiares das vítimas se reuniram, formando o Movimento Posso me Identificar, se articularam a organizações nacionais e internacionais de direitos humanos para legitimar sua denúncia e sua luta por justiça. O Borel recebeu as visitas da Secretária Geral da Anistia Internacional, Irene Khan, e da relatora da Organização das Nações Unidas para Execuções Sumárias, Arbitrárias e Extrajudiciais, Asma Jahangir.
O caso do Borel se transformou em uma referência da luta contra a violência policial na cidade do Rio de Janeiro.
