Luana Barbosa

08.04.2016 sp/br

Caso Luana Barbosa dos Reis

Mulher negra, lésbica, jovem e periférica, que levava o filho para o curso de informática, foi espancada e morta por três policiais militares homens, no interior de São Paulo

fotografia: Semayat Oliveira

Vítimas fatais

Luana Barbosa dos Santos Reis

Idade

34 anos

Raça/cor

negra

status

aguardando julgamento

cidade, uf

ribeirão preto, sp

data

08.04.2016

Introdução

Luana Barbosa dos Reis Santos, mulher negra, da periferia de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, lésbica e mãe de Luan dos Reis, foi brutalmente espancada por três policiais militares homens, no dia 8 de abril de 2016. Após o ocorrido, no dia 13 de abril do mesmo ano, aos 34 anos de idade, com lesões cerebrais provocadas pelos ferimentos que sofreu, Luana veio a óbito.

Os PMs envolvidos estão em liberdade: um deles aposentou-se em 2017 e, de acordo com reportagem do Alma Preta Jornalismo, em 2018, a Secretaria de Segurança Pública informou que um dos policiais voltou a trabalhar em “atividade operacional”, em Ribeirão Preto, mesmo com o caso em investigação. A família ainda aguarda uma resposta do judiciário, após mais de seis anos de tramitação na 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais da Comarca de Ribeirão Preto – em setembro de 2021, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo afastou as qualificadoras e manteve a pronúncia dos réus no artigo 121, caput, do Código Penal.

fotografia: Nataly Simões
fotografia: Pedro Borges

A gente sabe que manifestação em cidade do interior é difícil você mobilizar muita gente, em especial quando se trata da morte de uma pessoa negra e, nesse caso, de uma mulher negra LGBT. Então a mobilização foi algo que também chamou a atenção

Pedro Borges, jornalista Alma Preta

Relato dos familiares

A família de Luana Barbosa tem mobilizado, ao lado dos movimentos sociais, uma luta incansável para que haja responsabilização dos policiais envolvidos no assassinato de Luana. A imagem que a família tem do caso é que Luana em nenhum momento foi tratada como um ser humano, ao contrário disso, foi encurralada como um animal e posta como se ré fosse no processo. Roseli Barbosa dos Reis, irmã de Luana, ressalta que a atuação dos policiais foi direcionada e impulsionada pelo fato de se tratar de uma mulher lésbica, negra, periférica condição que Luana sentia na pele todos os dias desde o seu nascimento. Roseli equipara a desumanização de Luana a uma forma de agir comum do Judiciário brasileiro, que ignora a existência de mortes, a existência de testemunhas sobre a brutalidade policial.

“Eles abordam ela já de uma forma agressiva já coloca ela no muro e fala que não aceita que minha irmã é mulher.”

Roseli Barbosa dos Reis

fotografia: Pedro Borges via Alma Preta
fotografia: Nataly Simões

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