Paraisó- polis

1.12.2019 SP/BR

Massacre de Paraisópolis

Ação policial violenta cerca 5 mil pessoas em baile funk em SP e acarreta na morte de nove jovens.

Fotografia: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo
Fotografia: Rovena Rosa / Agência Brasil

Vítimas fatais

Denys Henrique Quirino da Silva / Mateus dos Santos Costa / Eduardo Silva / Bruno Gabriel dos Santos / Dennys Guilherme dos Santos Franco / Luara Victoria Oliveira / Gabriel Rogério de Moraes / Gustavo Cruz Xavier / Marcos Paulo Oliveira dos Santos

introdução

O massacre ocorreu no dia 01 de dezembro de 2019, no baile da Dz7, em Paraisópolis, periferia da zona sul de São Paulo. Nove jovens de 14 a 23 anos foram vitimadas e pelo menos doze pessoas foram feridas gravemente durante uma ação da Polícia Militar no local. Naquela noite os agentes do 16º Batalhão realizavam a Operação Pancadão e de acordo com testemunhas já chegaram no baile atirando, usaram munição química para dispersar, vídeos circularam de policiais agredindo pessoas com cacetete, além de denúncias de que impediram os presentes de prestarem socorro aos feridos. A ação provocou tumulto no evento que contava com mais de 5 mil pessoas e que tinha como saída apenas uma viela com escadaria.

A Polícia Civil indiciou nove policiais militares por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Em julho de 2021, o MP de São Paulo denunciou 12 PMs por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus 12 policiais militares.

Fotografia: daniel arroyo / ponte jornalismo
Fotografia: Solon Neto / Alma Preta

a gente tá caminhando pro terceiro ano sem nossos filhos e eles continuam lá, levando a vida normal, recebendo honra ao mérito. Eles recebem condecorações. Eu não tenho mais um Dia das Mães com meu filho.

Cristina, Mãe da vítima Denys Henrique

Relato dos familiares

Em março de 2020, o governo brasileiro foi denunciado em uma audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos no Haiti. Na presença de representantes do governo brasileiro, Fernanda dos Santos Garcia, denunciou o Estado brasileiro pelo assassinato de seu irmão, ela afirmou que no corpo de seu irmão não havia sinais de pisoteamento. Depoimentos de testemunhas e vítimas feridas relatam agressões, uso de arma de fogo e da bala de borracha. Os relatos têm em comum a denúncia de um excesso de uso da força e um entendimento de que a ação teria alvos específicos e um planejamento prévio. Há denúncias por parte de moradores de que os policiais militares impediram o socorro às vítimas e que aqueles que tentaram ajudar foram ameaçados pelos agentes.

“Foi aí que eu me dei conta de que meu irmão foi assassinado, não foi pisoteado. Mataram ele. Não só ele, como mais oito jovens”.

Fernanda dos Santos Garcia

Arquivo do movimento de familiares de vítimas
Arquivo do movimento de familiares de vítimas

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